quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

A VEZ DAS NOVAS LIDERANÇAS



A VEZ DAS NOVAS LIDERANÇAS


Olá leitores do Portal Gazeta Serrana, sou Leonardo Secchi, professor de Administração Pública e Pró-Reitor de Planejamento da UDESC e ocupo este espaço para debater sobre gestão pública e contribuir com análises sobre o cenário político estadual e nacional.
Tenho Doutorado em Ciências Políticas pela Universidade de Milão, Itália, e Pós-Doutorado em Políticas Públicas pela Universidade de Wisconsin - Madison, nos Estados Unidos. Também sou diretor da Sociedade Brasileira de Administração Pública, autor de livros da área e já atuei como professor na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Neste artigo proponho um debate sobre a importância do surgimento de novas lideranças no ano eleitoral.
Foi com grande alvoroço que os meios políticos brasileiros reagiram às manifestações públicas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sobre uma possível candidatura do apresentador da TV Globo, Luciano Huck. De xingamentos irritados da oposição a comentários apreensivos das autoridades palacianas de Brasília, sobrou até um silêncio eloquente para as bordas do ninho tucano.
                Mas parece que poucos analistas se deram conta, que a estas aturas de vida, FHC pode se permitir um olhar distanciado, tão necessário a um sociólogo, para avaliar com mais equidistância o momento político singular hoje vivenciado pela sociedade brasileira. É neste momento que um ex-presidente da República pode e deve fazer suas considerações, o quanto possível desapaixonadas sobre candidaturas, mesmo sendo reconhecido como uma das principais lideranças do PSDB nacional.
                Embora tendo mencionado nominalmente Luciano Huck, é evidente que FHC esteja indicando o imenso vácuo existente no universo de possíveis candidaturas presidenciais para 2018, num campo muito específico, que atenda as visíveis demandas do eleitor brasileiro: a presença de um nome novo, sem muita vinculação partidária, capaz de mobilizar de alguma forma a população, e que sinalize de forma clara uma vontade de buscar uma outra via para o exercício político do poder. Devem existir dezenas, quiçá centenas de jovens lideranças brasileiras com esse perfil, mas quem se habilita?
                Essa intervenção do velho sociólogo FHC, de certa forma, não deixa de indicar uma velada crítica às novas gerações, que assistem passivamente ao dramático momento político brasileiro, como se pouco ou nada tivessem a ver com ele. É certo que há no Judiciário e no Executivo algumas jovens lideranças concursadas querendo fazer a diferença. Mas no poder Legislativo, o espaço político por excelência, parece que tais lideranças preferem se manter submissas às ordens das velhas raposas, sem qualquer coragem para ousar outros caminhos.
                Há momentos cruciais na vida das sociedades, onde se faz necessária uma atitude revolucionária, que não precisa ser violenta. Nestes momentos, são as novas gerações as mais aptas para os necessários rompimentos e posterior construção de novos modelos. Cadê essa nova geração? Talvez seja esta a pergunta que o ex-presidente esteja se fazendo agora – apesar dos amuos e indefinições de seus aturdidos colegas de partido.
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