sexta-feira, 27 de maio de 2016

Recanto da Tradição resgata a cultura gaúcha na Festa do Pinhão

Os CTGs Anita Garibaldi, Planalto Lageano e o Barbicacho Colorado se reuniram com um único propósito: reavivar ainda mais as tradições do povo serrano

Para muitos turistas e visitantes que viajam quilômetros a fim de participar da Festa Nacional do Pinhão, além de sentir o frio típico desta época do ano na Serra catarinense, um dos maiores atrativos é conhecer a gastronomia característica do Sul do país. Este é o quarto ano, desde o início da administração municipal do prefeito Elizeu Mattos, que o Recanto da Tradição é um cantinho especial dentro do evento, resgatando o tradicionalismo e a cultura gaúcha. O espaço tem apoio da Fundação Cultural de Lages (FCL).
Os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) Anita Garibaldi, Planalto Lageano e o Barbicacho Colorado se reuniram com um único propósito: reavivar ainda mais as tradições do povo serrano. O espaço está localizado no pavilhão próximo às bases das Polícias Militar e Civil, à esquerda de quem entra no parque de exposições.Segundo os organizadores, muitos turistas já passaram pelo local nesta festa. Gente de outros Estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul e outras regiões de Santa Catarina, que tinham pouca participação no evento, a exemplo de cidades como Tangará, Blumenau e Jaraguá do Sul.

Comidas típicas agradam ao público
As pessoas que visitarem o local encontram comidas típicas como a paçoca e o entrevero de pinhão, quirera com feijão, escondidinho de carne, arroz carreteiro, lasanha de pinhão, doces e o famoso puchero, um prato latino muito consumido pelos gaúchos. “Antigamente os gaúchos iam para a lida e não levavam as mulheres para cozinhar. Também pela falta de tempo, surgiu esse prato. Saíam pela manhã e deixavam uma panela no fogo com carne e legumes. Ao chegar, ao meio-dia, estava um verdadeiro caldo quente, que os aquecia e sustentava no trabalho pelo resto do dia”, conta Carlos Audibert.
Carlos é um dos integrantes do CTG Barbicacho Colorado. Ele lembra que muita gente que pede pelo prato acha parecido com uma sopa, mas depois que experimenta volta para repetir. “É um prato muito quente, excelente para o fim da noite quando as temperaturas caem”, enfatiza. Passadas cinco noites de Festa do Pinhão, o movimento está muito bom, com bastante procura, segundo ele. “Temos um espaço com alimentação diferenciada e as pessoas que sempre vêm à festa já conhecem, por isso, temos um público cativo”, comenta.
A lotação máxima do espaço é de 400 pessoas e, durante muitas noites, todas as mesas estão ocupadas. Todo o dinheiro arrecadado é revertido aos CTGs, recursos que auxiliam na manutenção de suas estruturas ao longo do ano. Os organizadores são integrantes dos Centros e trabalham de forma voluntária.

Apresentações artísticas chamam a atenção
Outro diferencial do Recanto da Tradição são as declamações de poesia, apresentações de músicas nativistas entoadas com acordeons e violões, danças típicas como a chula, executada em formade desafio, praticada apenas por homens, e as danças protagonizadas pelas prendas, com seus vestidos rodados e flores na cabeça. A indumentária gaúcha é fator fundamental que dá brilho às apresentações.
Há tradicionalistas com predileção pelos trajes de época, como o saiote e o chiripá, peça de vestuário usada no passado pelos homens dos campos sul-rio-grandenses, argentinos, uruguaios e paraguaios, que consistia num retângulo de pano de lã vermelha, passado entre as coxas e preso à cintura.“Nossa cultura é muito forte na região e os três CTGs tentam preservar isso. As danças são diferentes, tradicionais. A chula é sempre uma disputa sadia e divertida que o público gosta bastante”, afirma Carlos.

Quando inicia
Todas as noites, a partir das 20h, começam as apresentações, cada vez com um grupo diferente. As atividades se estendem pela noite, podendo chegar a três horas de atividades. Nesta quarta-feira (25) foi a vez do CTG Anita Garibaldi mostrar seu trabalho. As invernadas mirins, juvenis e veteranas deram um show.
Para Thiago Betú, que faz parte do CTG, o diferencial do espaço é o cuidado no preparo dos alimentos e das apresentações. “As pessoas nos elogiam e falam da qualidade dos pratos. A acolhida que todos os envolvidos dão aos visitantes também é muito importante. Preparamo-nos o ano inteiro para estes momentos, mostrando um pouco da nossa cultura e hospitalidade”, finaliza.

Legenda: O espaço está localizado no pavilhão próximo às bases das Polícias Militar e Civil, à esquerda de quem entra no parque de exposições(Foto: Marcio Avila e Sandro Scheuermann)
 

 

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