quarta-feira, 15 de abril de 2015

Parque Natural é fonte de pesquisas de estudantes

Ao todo são sete trilhas. Os percursos vão desde dez minutos de caminhada até trilhas com cerca de três horas, com subidas e descidas, passagens por riachos, pinguelas e toda a exuberância da natureza intacta
Considerado a maior reserva de mata araucária do país, com 210 mil metros quadrados de mata fechada, com flora e fauna nativa da região, o Parque Natural Municipal João José Theodoro da Costa Neto atrai diariamente visitantes, turistas, biólogos e estudantes que realizam pesquisas e aulas prática no local. Nesta semana duas turmas do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) agendaram visita com fins científicos. Na segunda-feira (13) pesquisadores do curso de mestrado em dendrologia (ramo da botânica) percorreram a área e, na terça-feira, foi a vez dos alunos do curso de engenharia ambiental, na disciplina de ecologia, realizar seus trabalhos universitários no local.
Eles percorreram uma trilha que dá acesso a uma cascata, passando em meio à mata repleta de araucárias centenárias e outras espécies típicas da região. Quem tiver sorte ainda pode encontrar pelo caminho pegadas de leão baio, araras, aves exóticas, bugio, lagartos, marrecos e outros exemplares da natureza intacta e preservada das ações do homem. O grupo de estudantes se deslumbrou com uma colmeia de abelhas da espécie apis mellífera, abrigada no tronco de uma araucária com idade estimada em 300 anos, segundo o gerente do parque e engenheiro agrônomo Giovanni Tomazelli.
O parque a cada dia ganha mais notoriedade. “E vem atraindo muitas universidades que veem a área como um excelente laboratório vivo para suas pesquisas e melhor ainda, divulgando a Serra catarinense e a diversidade do seu ecossistema”, comenta o agrônomo. Para a professora Joseane Teresinha Cardoso, a área é uma excelente fonte de pesquisas e trabalhos com fins didáticos, aliando a teoria repassada em sala de aula à prática. “É muito importante termos parques como este tão próximo do perímetro urbano, facilitando nosso trabalho”, destaca.
Os 35 universitários foram separados em grupos e incumbidos pela professora de tomar dados como a temperatura do ambiente, luminosidade, análise do solo e umidade relativa. A estudante Iana Morgan Lorenzetti anotava tudo, atenta às características próprias do parque. “É uma oportunidade para os futuros engenheiros ambientais ter esse contato direto com a natureza para que possam fazer suas análises”, diz.
Natureza exuberante
Ao todo são sete trilhas ecológicas que podem ser exploradas pelos visitantes, sempre orientados por um guia que trabalha no parque. Os percursos vão desde dez minutos de caminhada até trilhas com cerca de três horas, com subidas e descidas, passagens por riachos, pinguelas (pontes de madeira estreitas) e toda a exuberância da natureza intacta. Além das araucárias centenárias, é possível encontrar espécies de xaxins milenares. Giovanni explica que plantas como essa crescem lentamente, com cerca de um centímetro ao ano, e no parque há exemplares com até 12 metros de altura, sendo os mais comuns com cinco metros. “Com esses comparativos percebemos a riqueza da vegetação preservada”, avalia.
O parque natural conta com três cascatas, sendo duas delas de difícil acesso, através das trilhas mais extensas. Ao longo do percurso foram plantadas recentemente cerca de 300 mudas de árvores nativas, como o araçá, ipê, goiaba serrana e cerejeira, doadas pelo projeto Carbono Social em Rede, do Centro Vianei de Educação Popular.
Nova sede
O Parque Natural recebe em média, a cada semana, 40 a 60 visitas de grupos de universitários, agendamento de escolas, pesquisadores, turistas e a comunidade em geral. No fim do ano passado foi concluída a construção da nova sede administrativa do parque, que recepcionará os visitantes. Dentro de algumas semanas será adquirida a mobília quando então será marcada a data da inauguração oficial.
O mobiliário, que será comprado com recursos do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comdema), seguirá preceitos de sustentabilidade. “Serão móveis rústicos, com madeira tratada, de acordo com as características do parque. Teremos um ambiente aconchegante, com foco na educação ambiental e o aproveitamento técnico do local”, afirma Giovanni Guesser.
O prédio contará com uma sala de recepção, uma sala administrativa e um pequeno auditório com 30 cadeiras, um aparelho televisor, um de DVD e um Datashow para trabalhos de educação ambiental, palestras, vídeos e documentários. Em frente à sede, uma antiga nascente, que acabou se transformando em um banhado, está sendo recuperada em formato de lâmina d’água. O lago atrai aves como marrecos e pássaros nativos.


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